Confira os detalhes do Saturday Meeting de Produção Audiovisual na VTCOM
Além do bate-papo sobre Atendimento Publicitário, o sábado (15) também ficou marcado na VTCOM pela realização do Saturday Meeting de Produção Audiovisual. A conversa começou com Bruno Lorensato e Mateus Ferreira da B.WMV Audiovisual. Eles abordaram, principalmente, as possibilidades do mercado de trabalho na área atualmente, com foco principal no YouTube.
“Hoje em dia temos mais plataformas para consumir materiais audiovisuais, então a tradicional televisão não é mais a primeira tela do usuário, o smartphone ocupou esse lugar. Na internet podemos criar conteúdos infinitos, quando você cria um canal você deve determinar o seu nicho e o seu público alvo. É preciso entender o que o público busca para se manter no mercado.”
Eles destacaram que, mesmo com conteúdos de nicho, ainda é possível ter demanda para alcançar pessoas que vão consumir aquilo. Alguns produtores de conteúdo fazem vídeos para públicos pequenos, que não teriam suporte para lidar com produções em grande escala. Na palestra, também foi reforçada a informação de que, em 2019, 80% do conteúdo consumido na internet será em vídeo.
A proximidade do seguidor com a figura que aparece nos vídeos é o que o público espera, ele se identifica com o que está assistindo.
“Especificamente dentro da produção de conteúdo, equipamento já não é mais uma desculpa. A gente está condicionado a consumir vídeo de qualquer forma em qualquer lugar, desde vídeos de celulares até vídeos gravados com uma câmera de cinema.” — Mateus Ferreira.
Hoje em dia, o que é mais relevante na comunicação é a mensagem, e não na maneira com que ela é passada. Podemos ver como exemplo no próprio mercado audiovisual os grandes YouTubers reconhecidos atualmente que não começaram com equipamentos profissionais e super produções. O público vê o conteúdo.
“O custo não é mais um problema. Quando falamos em conteúdo, é muito mais importante você focar na sua mensagem e no que você está se propondo a oferecer para o seu público. Esse lance de técnica equipamento, são os menores dos problemas dentro do mundo audiovisual.” — Bruno Lorensato.
O YouTube paga com base nas monetizações dos comerciais veiculados no vídeo. É 1,5 dólar a cada 5 mil visualizações. Mas é importante também promover a interação do público por meio de outras plataformas de comunicação. Por exemplo, postar no Instagram uma hashtag com o conteúdo que aprendeu no YouTube, promovendo assim o canal de vídeos.
“Pensar em moeda social é legal porque você começa a ver o que é compartilhável, o que você pode fazer que outras pessoas possam dividir com mais pessoas ainda? Esse ponto é bem bacana porque é uma maneira de você crescer organicamente. O YouTube é uma mídia extremamente importante para a nossa empresa hoje, porque as pessoas chegam até nós pelo YouTube. Eu diria que 90% dos nossos clientes hoje vieram de lá.” — Mateus Ferreira.
É preciso pensar em outras plataformas e não ficar restrito ao YouTube. Eles recomendam divulgar o conteúdo também em um blog, perfil do Instagram, Facebook e até mesmo LinkedIn. Para quem quer começar, basta ter em mãos um celular ou uma câmera, computador ou aplicativo de celular para editar os vídeos, além de muita paciência e planilhas para se organizar e entender a tendência do público e de mercado.
“A gente sempre pensa em fazer o grande, uma coisa majestosa, e na verdade o nosso público quer uma coisa simples, rápida e que, no caso, ele necessita. Hoje, quem está entrando no mercado está pensando muito grande, mas o que o público quer é alguém que ensine por exemplo como a cuidar de uma planta. Um conteúdo simples e rápido.” — Bruno Lorensato.
Em seguida, o Saturday Meeting de Produção Audiovisual recebeu também José Uze, diretor de animação e fundador da IRRA Studio. Ele abordou principalmente a animação de personagens com as técnicas de Motion Graphics e Live Action.
“Normalmente eu não falo com pessoas que explicam as ideias como um engenheiro, eu lido com pessoas de marketing que tem uma ideia e eu tenho que agir como se fosse um consultor para orientar o que fazer, como fazer, o que é possível fazer para o público dela.” — José Uze.
Os processos de produção dependem do alinhamento entre as expectativas e os resultados atingidos. É preciso começar pelo briefing, que é a coleta de informações necessárias para executar o projeto. É nessa parte que se apresenta o que o cliente precisa e o que ele espera do vídeo. Todos os detalhes são importantes, e o briefing vai conduzir toda a produção.
Em seguida, vem o roteiro, que é a organização das ideias e possibilidades. Nessa parte aparecem os argumentos até que o conteúdo atenda e solucione as necessidades apresentadas no briefing. Já no design é feita a comunicação visual do cliente, considerando os conceitos, tendências e técnicas. Na animação, são estudados os princípios e as tendências de motion graphics, além da rítmica em busca da linguagem ideal.
Para a produção de áudio, é essencial encontrar a voz ideal para a locução. Ela irá determinar o ritmo do seu vídeo. Finalize com efeitos sonoros e a trilha desenvolvida pela equipe e depois faça a renderização. Em alguns projetos, é preciso que o cliente disponibilize mais informações. Se for o caso, peça para que ele grave um vídeo explicando o que quer. Sites, vídeos e conceitos de referência são bem-vindos.
É importante que o cliente entenda que a necessidade da agilidade na hora da aprovação de cada parte do projeto. Se o cliente demorar para aprovar, o projeto pode atrasar. A locução do vídeo também é uma parte muito importante. Caso seja necessário gravar o áudio em outro idioma ou falar o nome de uma marca em que se tem dúvida na pronúncia, o texto vai escrito com a pronúncia e fonética da maneira em que é falada.
Além de todas essas dicas, o professor Uze mostrou para os alunos um pouco de seu trabalho na IRRA Studio. Lá, ele atende grandes empresas de Londrina e todo o Brasil com a criação de projetos em motion.
Confira o vídeo com mais detalhes sobre o evento
Matéria: Isabella Sanches.